Paulo fala da necessidade que o cristão tem de anunciar a
morte do Senhor até que Ele venha. Isto é importante, e algumas Igrejas
comemoram semanalmente, para que os crentes estejam de sobre aviso
permanentemente, numa atitude de contínua expectativa. Cada vez, pois, que
recebemos os elementos simbólicos do memorial deixado por Jesus, esse fato é
proclamado, para despertamento de consciência adormecidas, para edificação e
conforto dos fiéis. Porém, relacionado com o magnífico evento que se espera, ou
até que Ele venha, há muita coisa que o crente deve fazer.
Examinemos algumas essenciais: necessidade de uma
preparação que deve ser encarada sob dois aspectos – cultura da vida interior e
atividade externa – A Ceia é o banquete em miniatura do banquete celestial.
Quem não está preparado para este aqui na terra, muito menos para o futuro.
A cultura da vida interior é no sentido da purificação de
nossas almas. João o apóstolo, com referencia à segunda vinda de Cristo, também
declarou (1 João 3.3): “Cada um que tem esta esperança purifica-se a si mesmo”
e Paulo, mais ou menos, em termos semelhantes: “tendo, pois, ó amados, tais
promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito,
aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus”.
Neste memorial temos um lembrete: “Examine cada um a si
mesmo”. Este exame interior visa a purificação ou perfeição: “Sem a santidade
ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12.14), e Cristo no sermão do monte: “Bem
–aventurado os limpos de coração porque verão a Deus” (Mateus 5.8). Precisamos
então despojar das obras da carne e vestir-nos de Cristo e sua palavra, como
disse Paulo: “vesti-vos do Senhor Jesus e não tenhas cuidado da carne em suas
concupiscências” (Romanos 13.14).
Sem esta vestimenta é uma temeridade assentar-nos no festim
espiritual.
Numa das parábolas de Jesus, a da grande ceia, houve um que
emudeceu, quando interpelado, por não se achar com a veste própria e adequada
(Mateus 22.12).
Outra coisa que devemos fazer até a sua próxima vinda,
refere-se à nossa preparação externa. É a atividade evangelística, o testemunho
pessoal, a cumprimento do mandato conferido aos apóstolos e à igreja. É uma
comissão a todos os fieis e não apenas a uma classe especial de ministro: “Ide
e pregai, ide e ensinai a todas as nações, ide por todo o mundo”.
Na parábola das dez minas Cristo fala que o nobre ou senhor,
que está para vir estabelecer o seu reino, chamou seus servos, deu-lhes ou
confiou-lhes dez minas e disse-lhes: “Negociai até que eu volte”. Negociai – é
um verbo que expressa a circulação da riqueza. É a ocupação, atividade, e na
aplicação à atividade evangelística que tem por fim enriquecer o indivíduo.
Ninguém pode ficar ocioso no serviço do reino ou da preparação para esse reino.
Na sua ascensão, ao prometer o seu Espírito Santo, afirmou: ”E ser-me-eis
testemunhas, - até a restauração desse reino (Atos 1.8).
Até que Ele venha, a obra evagelizante e evangelística deve
ser para cada um de nós: um dever, um privilégio, e uma paixão absorvente.
Assim Paulo sentiu, imitando o Mestre, que foi o evangelista máximo, quando se
expressou: “É necessário que eu anuncie o Evangelho do reino de Deus às outras
cidades, pois para isto é que fui enviado.”. Que estamos fazendo neste sentido?
Estamos interessados nesta obra urgente? Se frios e indiferentes em nosso
testemunho perante o mundo, não seremos dignos da participação do grande
banquete que se nos prepara.
Examine-mos nesta hora de tremenda responsabilidade para a
Igreja na sociedade, e verifiquemos pela nossa conduta e condição moral e
espiritual e pela nossa disposição em comunicar o Evangelho aos outros, se
estamos ou não preparados para o banquete que nos é anunciado neste memorial.
