Cristo descreve-a como sendo nem fria nem quente, porém morna. Por esse motivo está a
ponto de ser “vomitada” de Sua boca.
É uma igreja que cresceu em riquezas e bens e que de cousa alguma precisa. Mas Cristo
diz que, na realidade, ela é miserável, e pobre, e cega, e carecente. Ele se apresenta como que
lançando um último apelo a essa apóstata igreja, ao qual aparentemente ela não responde.
Nestes dias de esclarecimento que vivemos, deve a igreja ser mais espiritual do que
jamais o foi em toda a sua história. A multiplicação da sua riqueza lhe dá poder para fazer o
bem como nunca antes. Infelizmente, porém, só dinheiro em si mesmo, não faz progredir a obra
do Evangelho de Jesus Cristo. Dinheiro só tem poder para isso quando representa a devoção e o
sacrifício do povo de Deus. As riquezas jamais tornaram os homens mais espirituais; antes
representam tentações que a maioria do povo não tem força de caráter para resistir. Uzias, rei de
Israel, foi maravilhosamente ajudado por Deus a ponto de se tornar forte. Sua prosperidade, porém, foi-lhe ruína. Deus quer que o seu povo viva uma vida simples, sem ambição de luxo nem
de grandeza. Viver de modo pródigo e extravagante muitas vezes se tem revelado maldição. E
assim foi com a Igreja de Laodicéia suas riquezas tornaram-na mundana e espiritualmente
morna, vindo, finalmente, a perder a visão do Evangelho e a sua própria alma.
Muitas igrejas que noutros tempos arderam com a chama de Deus, bem podiam gravar
em suas portas a palavra “icabôde”, ou seja: “Foi-se a glória de Israel.” É o tempo de
Laodicéia — a última igreja da atual dispensação.
A outra igreja da profecia, a de Filadélfia, a do amor fraternal, representa o povo de Deus,
a esperar fiel e ansiosamente a vinda do Senhor. A ela dirige Deus a promessa: “Porque
guardaste a palavra da Minha perseverança, também Eu te guardarei na hora da provação
que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra.” Seguese a injunção final: “Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua
coroa” (Apocalipse 3:10-11). As observações atras feitas, cabe aqui aduzir que as riquezas, em si
mesmas, não representam mal algum. Algumas pessoas têm sabido usar ponderáveis somas de
dinheiro para a glória de Deus, e a extensão do Seu Reino. Lamentável é não ser maior o
número de dignos despenseiros cristãos, a quem maiores recursos pudessem ser confiados na
expansão do Reino de Deus.